João Ramalho
Nascimento: ~ 1485
Origem: Viseu, Portugal

Nasceu por volta de 1485, em Vouzela, no concelho de Viseu, em Portugal.

Filho de João Velho Maldonado e de Catharina Affonso de Balbode.

Casou-se em Portugal com Catharina Fernandes das Vacas. Catharina estava grávida quando João Ramalho partiu de Portugal para o Brasil.

 

 

Em seu testamento, João Ramalho declarou ter sido escudeiro da rainha.

Não se sabe como João Ramalho veio parar no Brasil. Talvez tenha sido um náufrago, talvez degredado. Sabe-se que estava no Brasil pelo menos desde 1508.

Vivia com os índios guaianases. Adaptou-se perfeitamente aos costumes indígenas e, segundo depoimentos de seus contemporâneos, havia se “barbarizado”. Era venerado, temido e respeitado pelos nativos. Segundo o explorador alemão Ulrich Schmidel, João Ramalho “podia arregimentar cinco mil índios em um só dia, enquanto o rei de Portugal só ajuntaria dois mil”.

Em 1531, quando Martim Affonso de Sousa chegou ao Brasil, encontrou João Ramalho nos arredores de São Vicente. Nesta época, João Ramalho vivia no planalto de Piratininga, acima da Serra do Mar, e foi ele quem conduziu os portugueses serra acima, pela trilha do Paranapiacaba.

Segundo o padre Manoel da Nóbrega, a vida de João Ramalho era “uma petra scandali. Tem muitas mulheres e ele e seus filhos andam com as irmãs de suas esposas e têm filhos delas. Vão à guerra com os índios, suas festas são de índios e assim vivem, andando nus como os índios”. Apesar das críticas dos jesuítas, João Ramalho era o verdadeiro senhor da região de São Vicente e Piratininga. Martim Affonso e seus sucessores sempre o consultavam antes de tomarem alguma decisão importante naqueles territórios.

João Ramalho recebeu de Martim Affonso de Sousa terras de sesmaria, tornando-se assim proprietário oficial de áreas registradas pelo governo português.

Martim Affonso nomeou-o “guarda-mor da borda do campo”, incumbindo-o de barrar qualquer português que tentasse avançar para o interior sem sua autorização.

Tomé de Sousa escreveu ao rei informando que João Ramalho tinha “tantos filhos, netos e bisnetos, que não ouso dizer a Vossa Alteza. É homem de mais de setenta anos, mas caminha nove léguas antes do jantar, e não tem um só fio branco na cabeça ou no rosto”.

 

Dentre suas muitas mulheres, a principal era Bartyra (M’bicy), filha do Cacique Tibiriçá, chefe da tribo dos guaianases, e de [...].

 

 

Em 1550, João Ramalho foi excomungado pelo padre jesuíta Simão de Lucena, por viver “amancebado” com Bartyra.

Em 1553, o padre Manoel da Nóbrega, percebendo que seria impossível prosseguir com a catequese sem o apoio de João Ramalho, convenceu-o a se casar com Bartyra, que antes foi batizada e recebeu o nome cristão de Isabel Dias. Não se sabe se o casamento cristão chegou a ser realizado.

Em Julho de 1553, João Ramalho foi nomeado capitão-mor da vila de Santo André pelo governador-geral Tomé de Sousa. Foi também alcaide-mor da mesma vila, da qual foi fundador.

Em 1560, Mem de Sá transferiu João Ramalho para São Paulo, onde passou a viver.

Em 1562, João Ramalho, auxiliado por Tibiriçá e seus índios, salvaram a vila de São Paulo de um ataque dos ídios carijós.

Em 1564, foi nomeado vereador de São Paulo, mas recusou o cargo.

 

Assinatura de João Ramalho (1564)

 

João Ramalho faleceu em 1580, com mais de 95 anos de idade.

Foi pai de pelo menos cinco filhos e seis filhas:

1.1. André Fernandes Ramalho, casado com a portuguesa Maria Paes (Ramalho). André faleceu em 1588, em São Paulo, SP, e Maria casou-se pela segunda vez, com o castelhano Juan de Santana. Juan faleceu antes de 1616, e Maria faleceu em 1616, em São Paulo, SP

1.2. Joanna Ramalho, casada com o português Capitão-mor Jorge Ferreira, filho de Gaspar Ferreira e de [...].

1.3. Margarida Ramalho, casada em São Vicente, SP, com o genovês Paschoal Fernandes, o Velho.

 

 

Em 1532, Paschoal veio para São Vicente com Martim Affonso de Sousa.

Em 1562, foi nomeado condestável da fortaleza de Bertioga.

 

1.4. Victório Ramalho (ou Victorino Ramalho), casado com [...]. Victório faleceu em 1595.

 

 

Em 1575, Victorino combateu os tamoios em Cabo Frio.

Em 1595, morreu assassinado pelos índios tupiniquins.

 

1.5. Antonio de Macedo, casado com [...]. Antonio faleceu entre 1590 e 1593.

 

 

Antonio foi sertanista, e participou como imediato da bandeira de Domingos Luís Grou, o Moço, penetrando o sertão para capturar os índios de Mogi.

Antonio “pereceu em combate”.

 

1.6. Marcos Ramalho.

 

 

Talvez seja o mesmo Marcos Fernandes que em 1556 viajou por terra até o Paraguai, e mais tarde foi proibido de penetrar o sertão.

 

1.7. João Ramalho (Jordão Ramalho).

1.8. Antonia Quaresma.

1.9. Catharina Ramalho, casada com o português Bartholomeu Camacho.

1.10. Beatriz Ramalho, casada com o português Lopo Dias. Após a morte de Beatriz, Lopo casou-se pela segunda vez, com [...].

1.11. F... Ramalho, casada com [...].

 

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